O espetáculo/performance multimídia Anatomia da Boneca é um processo investigativo em torno do universo feminino e da performance-arte como território de amplificação das fronteiras do teatro e dos artistas do corpo. O projeto utiliza o hibridismo de linguagens para a criação e execução do trabalho: intervenções performáticas em lugares inusitados, fotografia como performance e vídeos editados em tempo real na cena.
Anatomia da Boneca é a construção do feminino via o inorgânico, ou seja, do ponto de vista da boneca.
Nossa surpresa ao começar o processo de dissecação do corpo feminino foi não encontrarmos vísceras e sangue, mas outras mulheres, imagens e comportamentos. Segundo Antonin Artaud, (poeta, ator, escritor, dramaturgo, roteirista e diretor de teatro francês) o corpo seria uma caixa com fundo falso que se abre para toda a realidade. É assim que o encontramos: vazio. O dentro acaba sendo um portal para o fora. Tocando e vivenciado estes comportamentos e imagens que criam e ao mesmo tempo estratificam a mulher, propomos uma ação micropolítica e cruel de liberdade.
Nossa surpresa ao começar o processo de dissecação do corpo feminino foi não encontrarmos vísceras e sangue, mas outras mulheres, imagens e comportamentos. Segundo Antonin Artaud, (poeta, ator, escritor, dramaturgo, roteirista e diretor de teatro francês) o corpo seria uma caixa com fundo falso que se abre para toda a realidade. É assim que o encontramos: vazio. O dentro acaba sendo um portal para o fora. Tocando e vivenciado estes comportamentos e imagens que criam e ao mesmo tempo estratificam a mulher, propomos uma ação micropolítica e cruel de liberdade.
Aqui o feminino não é ser geneticamente mulher, com o sexo, mas é uma construção de comportamento, definida pelo cenário de cada cultura social e estética. O feminino se dá por ação, ou seja, uma construção, em última análise, performática. Anatomia da Boneca é a viagem através destes comportamentos-fantasmas que achamos em nossa cirurgia sensível, uma devolução pública da matéria pública que nos forma. Judith Butler, no livro Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity, estabelece interlocuções com diferentes autoras, entre as quais destaca-se Simone de Beauvoir. No debate com a escritora, Butler indica os limites dessas análises de gênero que, segundo ela, pressupõem e definem por antecipação as possibilidades das configurações imagináveis e realizáveis de gênero na cultura. Partindo da emblemática afirmação "A gente não nasce mulher, torna-se mulher", Butler aponta para o fato de que "não há nada em sua explicação [de Beauvoir] que garanta que o 'ser' que se torna mulher seja necessariamente fêmea". Imbloc (Andressa Cantergiani) – JdR (João de Ricardo)
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